segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Impacto ambiental será seis vezes maior que o de 2006

Estudo patrocinado pelos governos da África do Sul e da Noruega mostra que as viagens internacionais serão as maiores culpadas pelas emissões de gás carbônico na Copa de 2010

REDAÇÃO ÉPOCA

Enquanto o mundo se prepara com expectativa para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, um estudo patrocinado pelos governos da Noruega e da África do Sul mostrou nesta sexta-feira (27) que a pegada de carbono – soma de todas as emissões de gases causadores do efeito estufa – da Copa do Mundo de 2010 será seis vezes maior que a da Copa da Alemanha, em 2006.

O estudo calculou que o evento, que ocorre entre 11 de junho e 11 de julho de 2010, vai emitir 2,75 milhões toneladas de gás carbônico. O fator que mais vai contribuir para esse quadro são as viagens internacionais, de turistas, jornalistas e das delegações, para a África do Sul – o que deve deixar em pânico as associações protetoras dos ursos polares.

Só as viagens representam 1,85 milhões toneladas de gás carbônico equivalente, o que significa 67,4% de todas as emissões do evento.

Mesmo que as viagens não fossem levadas em conta, a Copa da África do Sul, com 896 toneladas de gás carbono, estaria à frente da Copa da Alemanha. Isso porque as distâncias entre as cidades sul-africanas são muito maiores que na Europa e os sistemas de transporte são mais prejudiciais ao meio ambiente.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, a distância entre Johannesburgo e a Cidade do Cabo, duas das principais cidades do mundial, é de 1,4 mil quilômetros, equivalente a uma viagem do Rio de Janeiro para Campo Grande. Como não há trens de alta velocidade – com os da Alemanha – os visitantes vão viajar várias vezes de avião, até mesmo para fora da África do Sul, já que as cidades menores não terão quartos de hotel suficiente para todos os visitantes.

Mesmo as maiores cidades da África do Sul não têm sistemas de metrô, o que obrigará todos a usar carros e ônibus no deslocamento interno, agravando ainda mais o problemas das emissões de carbono.

De acordo com o estudo, neutralizar este impacto ambiental não será tão caro, tendo em vista as enormes quantias envolvidas na organização do torneio. Para neutralizar as emissões internas seriam necessários de US$ 5,4 milhões a US$ 9 milhões. O valor dobraria para neutralizar as emissões das viagens de avião.

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